quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Proposta Redação: Como Desenvolver Consciência Ambiental?

Recentemente temos tratado aqui no Portal infoEnem sobre energia. Nesse artigo sobre Fontes Energéticas foi discutido sobre energia limpa e a quantidade de poluição emitida por cada fonte de energia.
Ao pensarmos nos poluentes, podemos aumentar ainda mais essa reflexão ao discutirmos sobre consciência ambiental. Esse tema tem estado cada vez mais em alta. Quem nunca ouviu falar sobre sustentabilidade?
Entretanto, as ações sustentáveis ainda são muito pequenas ou mal feitas. A coleta seletiva, por exemplo, muitas vezes não é tratada corretamente, ou seja, o resíduo é coletado separadamente por tipo mas não há um tratamento correto.
Outra questão é que a maioria das pessoas não se vê como parte do meio ambiente e, mesmo que saibam da importância de certas ações, só as executam quando tem alguma compensação financeira. O caso mais recente que ilustra isso é a economia de água. Muitas campanhas e ideias para economizar água surgiram recentemente mas são em decorrência da crise hídrica e não necessariamente de um aumento da consciência ambiental.
E não podemos reduzir somente às ações da população. As empresas também aderem à sustentabilidade por uma questão de “marketing verde”, isto é, quando a associação da imagem da empresa e/ou produto à questão ambiental faz vender mais, causando um aumento do lucro.
Tendo essas e outras situações em vista, propomos que você realize uma dissertação sobre o tema: Como desenvolver consciência ambiental nas pessoas? A coletânea está abaixo e foi retirada do nosso Curso de Correção de Redação para o Enem 2015.
Como o tema está na forma da pergunta “Como?” que geralmente é o que deve ser abordado na Proposta de Intervenção Social, aconselhamos que, antes de fazer a redação, leia essa matéria da Professora Camila Dalla sobre a 5ª Competência do Enem: a elaboração da proposta de intervenção.

Proposta de Redação

Com base na leitura dos seguintes textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo argumentativo em norma culta escrita da língua portuguesa sobre o tema: “Como desenvolver consciência ambiental nas pessoas?“. Apresente uma proposta de intervenção e/ou conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defender o seu ponto de vista.

TEXTO 1

texto 1
*resma: conjunto de quinhentas folhas de papel do mesmo formato

TEXTO 2

Um passo de cada vez
Um levantamento feito pelo Instituto Vox Populi entre os dias 18 e 31 de março, com 2.200 homens e mulheres, de zonas rurais e urbanas de todas as regiões do país faz parte de uma pesquisa que é a quarta da série “O que o brasileiro pensa sobre o meio ambiente?”, lançada primeiramente em 1992, com edições em 1997 e 2001.
O entendimento do linguajar ambiental foi um dos pontos que mais surpreenderam a pesquisadora Samyra Crespo, à frente dos levantamentos desde 1992. Apesar de apenas 26% dos entrevistados se lembrarem de já terem ouvido falar em biodiversidade, 79% deles explicaram corretamente o termo. No mesmo modo, 62% dos entrevistados já escutaram a palavra transgênicos, 61% áreas protegidas e 67% efeito estufa.
Nada menos que 98% dos entrevistados consideraram a destruição das florestas algo, no mínimo,
grave para o Brasil. E quando perguntados explicitamente sobre o principal problema ambiental do país, 65% citaram os desmatamentos e as queimadas – um avanço desde 1992, quando essa era a opinião de 46% da população. Em segundo lugar ficou a poluição de rios, lagos e mares, com 43%. Samyra Crespo destaca que essa consciência não aumentou apenas em números absolutos, mas de forma bem distribuída no país. “Sobre o desmatamento, a questão se mostrou mais evidente na região Norte, onde esse índice subiu para 86%.”, diz a pesquisadora.
Mudanças tímidas
Tal posição poderia significar mais do que o simples reconhecimento da ameaça se os brasileiros, além de enxergarem o problema, se vissem como co-responsáveis por ele. Para saber se os entrevistados se envolviam em questões que efetivamente estavam ao seu alcance, a pesquisa propôs a listagem dos principais problemas do bairro. Como primeiras respostas apareceram: lixo e saneamento. E a culpa recaiu sobre os governos. “A maioria das pessoas ainda nem se considera parte do meio ambiente. Imagina se ia se ver como responsável”, diz Samyra.
Apenas quando explicitamente a pesquisa exigia que as pessoas dissessem de que maneira podiam ajudar a solucionar os problemas ambientais, elas lembraram do que tem sido repetido ao longo
dos últimos 14 anos de análises. Setenta e oito por cento delas disseram que vão contribuir fazendo coleta seletiva de lixo, 65% reduzindo o consumo de água e 51% diminuindo os gastos com energia. “Nesse ranking, a disposição de mudar certos hábitos só vira realidade quando dói no bolso”, avalia Samyra.
“Falta ligar o desafio de formar um Brasil melhor com um ambiente melhor. Não é pensar só no desempenho da economia, na conta bancária”, opina a educadora ambiental Suzana Pádua, fundadora do Instituto de Pesquisas Ecológicas (Ipê) e também colunista de O Eco.
Adaptado de http://www.oeco.org.br/reportagens/1614-oeco_16952. Matéria de 2006.

TEXTO 3

Pesquisa mostra avanço na consciência ambiental do brasileiro
Entre 1992 e 2012, aumentou o número dos que acham que a responsabilidade pelo meio ambiente é de governos municipais. Aqueles que acreditavam que este era um problema Ao longo dos últimos 20 anos, aumentou a parcela de quem considera o meio ambiente um problema regional ou local.
O percentual de daqueles que colocam a maior responsabilidade sobre os governos estaduais (em vez do governo federal) quase dobrou, subindo de 33% para 61%. Aqueles que concentram a responsabilidade nas prefeituras subiram de 30% para 54%.
Desenvolvimento: não a qualquer custo
Foi sistemático o crescimento dos que se opõem ao progresso econômico à custa da exploração insustentável dos recursos naturais. Nessa pesquisa, ele chegou a impressionantes 82% da população.
Nas edições anteriores este quesito mantém os mesmos percentuais impressionantes: 67% em 1997, 72% em 2001 e 75% em 2006.
Perguntados sobre a melhor razão para sentir orgulho de ser brasileiro, 28% apontaram a natureza como causa desse sentimento.
O desmatamento continua a ser a maior preocupação. Em 92, na primeira pesquisa, 47% o consideravam o pior problema. Nos números divulgados ontem, o percentual subiu para 67%. Em seguida, veio a poluição de rios e lagos e outras fontes de água, com 38,5%.
Sacolinhas e lixo
Dos pesquisados, 85% estão dispostos a aderir à campanha de redução do uso de sacolas plásticas. Onde há campanha, 76% aderiram.
A preocupação com o lixo galgou posições no ranking dos desafios ambientais. Coleta, seleção e
destino preocupavam 4% das pessoas entrevistadas em 1992. Hoje, o número saltou para 28%.
Nas regiões Sul e Sudeste, 48% afirmaram que fazem a separação dos resíduos nas residências.
“Muitas vezes a disposição da população não encontra acolhimento de politicas públicas. Muitas vezes o cidadão separa em casa e a coleta do lixo vai e mistura os resíduos”, afirmou Samyra Crespo, durante a coletiva de imprensa desta quinta-feira. Ela é secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do MMA e coordenadora do estudo desde a sua primeira edição.
Adaptado de http://www.oeco.org.br/noticias/26360-pesquisa-mostra-avanco-na-consciencia-ambiental-do brasileiro. Matéria de 2012.

Panorama do Tratamento de Resíduos Sólidos no Brasil

Na semana passada trouxemos a vocês um artigo sobre as diferentes formas de como lidar com o lixo produzido em grandes cidades (veja aqui). Por se tratar de um tema importante na área de Biologia e Geografia, complementamos as informações fornecidas nele com um breve panorama da situação atual sobre o sistema de gestão de resíduos de nosso país.
Sabemos que a maneira de lidar com o lixo é um dos principais caminhos para garantir a proteção ambiental e a preservação de recursos naturais. De acordo com o estudo “Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil – 2013”, pode-se afirmar que a gestão de resíduos sólidos tem trazido prejuízos ambientais e econômicos para o país, pois ela ainda apresenta problemas estruturais de implementação e não está presente de maneira uniforme em todas as regiões do país.
Na figura abaixo podemos ver como cada macrorregião foi avaliada quanto à coleta de resíduos sólidos urbanos.
 Índice de Abrangência da Coleta de Resíduos Sólidos Urbanos (%)
Índice de Abrangência da Coleta de Resíduos Sólidos Urbanos (%)
Segundo os autores do estudo, este setor ainda necessita de estruturação, gerenciamento e recursos para viabilizar os processos completos e adequados de gerenciamento de resíduos sólidos. De acordo com eles, 58,3% dos resíduos urbanos coletados foram, em 2013, para aterros sanitários, enquanto o montante restante, 41,7%, foi encaminhado para lixões ou aterros controlados. Para esses autores, essas duas formas de tratamento de resíduos pouco se diferenciam entre si, já que ambas não possuem o conjunto de sistemas e medidas necessários para proteção do meio ambiente contra danos e degradações.
Ainda dentro do cenário nacional, a coleta seletiva ainda não se tornou uma prática uniforme, apesar de ser reconhecidamente indispensável para a recuperação dos materiais descartados e posterior reciclagem. De acordo com os idealizadores da pesquisa, sem uma coleta seletiva eficiente, os materiais acabam prejudicados e sem possibilidade de reaproveitamento ou reciclagem.
Conforme explicado, o avanço nesse setor depende de um incentivo fiscal por parte do governo, referente aos materiais recicláveis ou reaproveitáveis, o que forneceria estímulo à indústria transformadora, tornando-a apta a absorver e reinserir, como matéria prima, aquilo que foi descartado como resíduo.

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Entenda a Diferença entre Aterro Sanitário e Lixão

Todo vestibulando já está careca de saber que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) dá muito valor para os diversos problemas ambientais da atualidade, como por exemplo nas questões de Biologia da prova de Ciências da Natureza.
Dentre os principais problemas, a destinação incorreta e a falta de tratamento do lixo merecem uma atenção especial. Afinal, além de ter o agravante que cada vez produzimos mais lixo, o Brasil está longe de ser “um exemplo a ser seguido”. Mas antes de falar sobre quais atitudes e medidas precisamos adotar para vencer esse enorme desafio (assunto para uma próxima matéria!), é interessante entender a diferença entre lixão e aterro sanitário.
Então vamos lá!

Lixão

Local sem nenhum tipo de preparo para receber os lixos. Neles, o chorume (líquido poluente, de cor escura e odor nauseante, originado de processos biológicos, químicos e físicos da decomposição de resíduos orgânicos) pode penetrar o solo e comprometer a água dos lençóis freáticos. Além disso, devido a exposição dos resíduos e a falta de fiscalização, o local acaba atraindo ratos, urubus e moscas, colocando em risco a saúde dos catadores informais que vão em busca dos materiais recicláveis. Veja abaixo uma ilustração que resume bem os problemas dos lixões:
lixao

Aterro Sanitário

Diferentemente do lixão, o aterro sanitário é uma área previamente preparada para receber os resíduos. Nele, é feita a impermeabilização do solo com materiais inertes (como mantas de polietileno e/ou argila), impedindo a contaminação dos lençóis freáticos pelo chorume (que muitas vezes tem sistema que possibilita sua drenagem!). Além da preocupação com o chorume, também é feita a captação do metano, gás liberado no processo de decomposição do lixo e que pode ser utilizado para produzir energia. Muitos aterros têm até acompanhamento constante de diversos profissionais, como geólogos, que monitoram as possíveis falhas que possam trazer algum dano ao meio ambiente. Veja abaixo uma ilustração que resume bem um aterro sanitário:
aterro_sanitario

Antes de encerrar o assunto, vale destacar que temos, podemos assim dizer, uma situação “intermediária”: o aterro controlado. Nele, o chorume não é tratado, mas levado até a superfície, minimizando a contaminação do solo e das águas. Geralmente, uma cobertura de argila ou saibro é feita diariamente, evitando que os resíduos fiquem expostos ao ar livre. Na verdade, os aterros controlados geralmente foram lixões que receberam algumas adaptações para que os danos ao meio ambiente fossem minimizados. Veja uma ilustração de um aterro controlado:
aterro_controlado

Especificadas cada uma das opções de destinação do lixo produzido pelas cidades, podemos resumi-las da seguinte maneira: na falta de tratamentos corretos, como a reciclagem e a compostagem, o aterro sanitário é, seguramente, a melhor opção. Em contrapartida, o lixão é aquele que traz os maiores (e mais sérios!) problemas ambientais. Já o aterro controlado é uma situação intermediária, que visa minimizar os danos causados pela decomposição dos resíduos.